Pedro Arthur nasceu às 06h43 de um domingo, 03 de maio de 2015. Com 36 semanas e 4 dias, minha bolsa estourou e tivemos que ir as pressas para maternidade à meia noite do sábado, como estava alimentada, ele só pode nascer de manhã, tive contrações por algumas horas, esperando ansiosamente pelo seu nascimento. Ele nasceu com 49,5cm e 3.735kg, grande e forte, teoricamente tudo muito bem.
Pois bem. O dia mais feliz da minha vida aconteceu. Ficamos um pouco com ele por perto, a pediatra fez as medições, a obstetra enfatizou o quão bem ele havia nascido - Apgar 9 e 10. Mas, não foi bem assim. Pouco tempo depois do nascimento, ainda em observação no berçário, foi percebido que meu bebê está tendo uma especie de espasmos, é como se ele tivesse levando sustos de tempos em tempos, e por isso, foi necessário realizar alguns exames.
A separação da barriga para os braços já não é uma coisa fácil. Imaginem quando você está há algumas horas já no quarto do hospital, aguardando o seu bebê e nada dele aparecer e nenhuma informação concreta? É de matar qualquer mãe do coração!
Feitos os exames foi informado pela pediatra ao papai que nosso bebê tinha nascido com insuficiência de magnésio e que por esse motivo ele precisaria ficar internado para controle. Meu mundo caiu nesse momento. Minha reação foi chorar desesperadamente. Eu teria alta e meu bebê ficaria no hospital. Nunca, nem nos meus piores pesadelos isso passou pela minha cabeça.
Em meio ao controle feito com furadas para medicamentos e furadas para exames de sangue, que me deixavam louca, ainda apareceu outra situação problema, as chamadas quedas de saturação, onde ele tinha dificuldade de respirar e mamar ao mesmo tempo. Isso aconteceu a principio, algumas vezes enquanto ele mamava, ou tomava a sua dieta, como era chamado. Porém depois passou a acontecer também enquanto ele dormia, o que era ainda pior. Cada vez que acontecia, aumentava o tempo que ele ficaria de observação, ou seja, mais dias internado.
O oxímetro é um aparelho que controla a saturação de oxigênio no sangue do bebê. É um monitor, com um fio enrolado no pezinho através de uma fita azul ou vermelha. Ficava lá o tempo todo, só tirava para tomar banho. Quando ele mamava e parava de respirar, como um engasgo, ficava cianótico - lábios roxinhos. Absolutamente desesperador só de imaginar uma cena dessas.
"Tenha paciência, mãezinha. Temos que aguardar o tempo dele". Esta é a famosa frase que toda mãe e pai de UTI escutam ao questionar qualquer procedimento de médicos e enfermeiras. Uma das coisas mais difíceis era controlar a ansiedade e a angústia. A vontade de pegar meu filho e correr pelas portas do hospital levando-o embora eram quase que constantes.
Todos os dias íamos, eu e meu esposo, para o hospital ficar com nosso bebê. Onde eu ia ao banco de leite do hospital. Momentos inesquecivelmente intermináveis. Com a bomba elétrica, o que saía ia para uma garrafinha, depois para a geladeira e, em seguida, para Pedrinho. O complemento era fórmula. De três em três horas isso se repetia.
Meu primeiro dia das mães, passei no hospital com meu filho ainda internado. Os sentimentos se confundiam, alias, foi assim todo o tempo desde o seu nascimento. Ao mesmo tempo em que estava muito triste por não passar o meu dia das mães em casa com o meu bebê, eu estava muito feliz, pois ele tinha passado a noite bem. Depois de alguns dias internado, essa era a noticia que esperávamos ouvir todos os dias quando chegávamos na neo.
Hospital, UTI neonatal, avental, touca, cuidados de higiene, tentativas de mamadas. Os apitos do oxímetro, avisando que o mocinho ainda não sabia respirar sozinho. Foram 12 intermináveis dias e então no dia 15 de maio de 2015, dia em que ele iria nascer, ele recebeu alta médica. O dia mais feliz das nossas vidas. E a partir daí, vivemos uma linda história de amor e vitória.
Hoje, Pedrinho tem 3 meses de idade cronológica e 2 meses e meio de idade corrigida. Adora TV, música, histórias, seus brinquedos e sua família. Seu sorriso é compensador. O meu amor por ele é imenso!
Vencemos essa batalha e o meu presente está dormindo agora, tranquilo, com o seu inseparável bubu. Inseparável como eu, que nunca o abandonarei.
1000beijos
Da mamãe do Pedro Arthur
Bárbara Paiva