Estava lendo um texto da cronista Danuza Leão, na Revista Claudia do mês de Julho/2014 sobre o assunto, que dizia o seguinte:
"Você é como certas pessoas bem resolvidas, que nunca se arrependeram de nada do que fizeram na vida - e que, se fosse para recomeçar, fariam tudo de novo, igualzinho? Que inveja. Pois eu me arrependo de tanta coisa que nem te falo.
Começaria logo cedo: no lugar de passar minha adolescência de manhã na praia e à noite nas festinhas, poderia ter estudado mais inglês e também ter me interessado mais por história. Se tivesse, compreenderia melhor o mundo em que vivemos e que às vezes é tão difícil de entender. Eu me interessei por história, sim, mas por histórias românticas, que me emocionaram na hora em que estavam sendo lidas e me fizeram sonhar, mas delas agora pouco me lembro. E os grandes clássicos, o que é que eu estava fazendo quando não os li, todos? Uma pena, porque os que li me deram prazeres inesquecíveis. Aliás, não é que eu tenha tido só arrependimentos. Mas do que gostaria mesmo é de passar uma borracha sobre tanta coisa que fiz e, aí, fazer tudo diferente. Tenho certeza de que minha vida poderia ter sido mais útil, mais séria, sei lá.
Todo o tempo que perdi com amores que nem amores eram - isso, sim, é de um arrependimento profundo. Cada hora e cada minuto que passei pensando nem me lembro bem em quem (e, quando tento, não consigo mesmo lembrar) me dá vontade de chorar, só de ver o tempo perdido. A culpa não era deles, claro que não, mas minha, que me empolgava com facilidade e algumas vezes achava que estava apaixonada. Aliás, apaixonada, não: profundamente apaixonada. Teria sido um problema da juventude? Será que alguém teve juízo a vida inteira, desde jovem? Pode ser, mas eu nunca conheci ninguém assim.
Mas, pensando bem, ninguém é perfeito. Mesmo quem chega muito perto da perfeição vai sempre encontrar alguém para apontar um defeito seu, porque o mundo é assim mesmo. E, pensando melhor ainda, existem coisas de que a gente até se arrepende, mas que, na hora, foram boas demais. Ah, como aquilo foi bom.
Afinal, foi entre esses erros e acertos que a pessoa chegou ao que é hoje: irresponsável, madura, boa, mas às vezes beirando a maldade, alegre, triste, elegante, despojada, bela em algumas ocasiões e feia em outras, séria, debochada. Cada uma dessas coisas no momento certo - e também tudo misturado - faz com que ela seja muito interessante, bem mais do que se fosse perfeita."
3 comentários:
Apesar de não sermos perfeitos as verdades estão misturadas com as mentiras. É preciso garimpa-las . Aristóteles defende a tese que a verdade está em uma escala de valores, de uma menor verdade há uma maior verdade. Certamente tinha esta posição por defender único mundo, o sensível . Onde a pessoa aprende a viver as lições do conhecimento pela a experiência. Aprendizado que envolve todos os setores da vida desde uma pequena observação em um objeto, ha uma grande investigação, inclusive a experiência de vida, que esta ligada a sensibilidade que leva a percepção, imaginação, memoria, raciocínio, linguagem e intuição. O curioso que quando todos estes estágios da mente estão trabalhados a pessoa não fica mais nesta esfera de vida. Morre. Ainda bem que Jesus deixou uma fascinante esperança ao dizer: EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA AQUELE QUE CRER EM MIM AINDA QUE ESTEJA MORTO VIVERÁ . (EVANGELHOS)
Obrigada pelo comentário Jeova Rodrigues Barbosa!!!
Bom dia Amanda Santos!!! Valeu
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