Oi gente,
Já falei que sou Técnica em Segurança do Trabalho, e toda quinta-feira temos um DDS (Diálogo Diário de Segurança), aqui na empresa. Na verdade, as quintas acontecem o DDS Geral, pois como o próprio nome já diz, esse bate papo sobre segurança tem que acontecer diariamente. Como fazemos aqui: As equipes realizam entre si o diálogo diário e uma vez por semana (quinta-feira) é realizado um geral, poderia até ser chamado de DSS (Diálogo Semanal de Segurança). Mas, enfim, hoje estava chovendo bastante na hora dessa reunião e resolvemos passar uma mensagem que tudo haver e é uma reflexão de segurança. Na verdade eu nem participei, pois não consegui chegar a tempo devido aos engarrafamentos causados pela chuva. A Claudia (minha coordenadora) que puxou o tema.
Gosto muito dessa mensagem e por isso resolvi compartilha-lá com vocês. Prezo muito pela segurança e gostaria que não acontecesse nenhum um acidente, seja ele de trabalho ou não. Então, vamos refletir sobre o assunto:
“...Lá fora uma chuva fina que cai, aqui dentro um friozinho que não
consigo perceber se é a ação do tempo, ou das lembranças que me vêm a cabeça.
Antigamente tudo era perfeito...
O relógio despertava naquela mesma horinha de sempre, eu levantava
pensando, como seria o dia. Passava uma água no rosto, uma escova nos dentes,
enquanto isso a chaleira chiando avisava que estava na hora do café. Quando eu pensava
em tomar um gole de café, já estava na hora de sair correndo para não perder a hora.
Chegava ao trabalho, trocava de roupa e ia trabalhar. Eu achava
engraçado, aqueles caras amarrados com aqueles couros, óculos, capacetes, enfim
aquelas coisas que eles chamavam de EPI. Eu imaginava “que bando de puxa-sacos,
ficam trabalhando com essas coisas só para se mostrar”. Eu pensava que eu é que
estava certo, trabalhava sem usar aquelas coisas de nome engraçado: EPI, que
coisa mais ridícula. Eu conseguia fazer tudo o que eles faziam, e se fosse
olhar bem, eu fazia melhor ainda, porque eu não perdia tempo com aquelas
besteiras.
Um dia, um cara metido a besta veio falar comigo e perguntou por que eu
não usava os tais EPIs. Eu, dono da situação como sempre, respondi a ele que
não havia necessidade de tanta frescura, pois o trabalho que estava executando era
moleza. Foi aí que ele me disse que era Técnico de Segurança. Pensei comigo,
grande coisa, só que fiquei na minha, pois sabia que ele até podia me
prejudicar. Fiz de conta que ouvi e concordei com ele. Depois fiquei pensando comigo:
“poxa, essa empresa contrata cada um”.
Um dia após o outro foi passando e eu trabalhando da mesma maneira. De
vez em quando, vinha aquele tal técnico conversar comigo e eu esperto que era,
fazia de conta que estava de acordo com tudo o que ele falava. Havia uns caras
também, que eu achava o maior absurdo, só porque faziam parte de uma tal de
CIPA, se achavam no direito de vir me encher a paciência para usar o tal de
EPI. Eu, muito esperto, achava um jeito de me livrar daquela ladainha, quase
todo dia vinha alguém me dar conselhos.
Um dia, me convidaram para participar de uma reunião da CIPA. Eu fui
porque sabia que era obrigado a ir, mas cheguei lá e me livrei brincando, pois
só disse que iria trabalhar equipado e me deixaram em paz.
Agora notei que a chuva lá fora aumentou e também o frio aqui dentro,
mas as lembranças tornam-se mais amargas. Eu lembro que naquele dia tudo corria
bem. Eu esperto como sempre, trabalhava sem perder tempo com besteiras,
desempenhava meu trabalho com a maior rapidez, olhava de um lado e lá estava um
babaca perdendo tempo com o tal de EPI; olhava do outro e lá estava outro
querendo se mostrar também, enquanto os outros não tinham começado ainda. Foi
em um desses momentos em que eu estava reparando nos outros que aconteceu...
Ouvi aquele barulho, e já em seguida senti uma dor aguda, foi quando perdi os
sentidos. Acordei, estava num leito de hospital, e olhando ao redor reparei que
estava acompanhado dos familiares, olhando o semblante de um por um, percebi
que estavam tristes.
Fiquei curioso e preocupado ao mesmo tempo. Por que todos estão tristes?
Foi quando me disseram que eu estava inválido e que não poderia mais trabalhar.
Confesso que tive a impressão que o mundo havia desabado sobre mim. Uma névoa
sobre meus olhos pairou e de repente comecei a perceber nitidamente o quanto estava errado. Se
tivesse ouvido aqueles que me alertaram, se eu tivesse perdido um pouco de
tempo com os EPIs, eu não estaria aqui neste momento sem poder produzir nada...
eu não vou contar como foi meu acidente em detalhes, porque hoje eu sei que
todo tipo de Equipamento de Proteção Individual é importante, e a falta de
qualquer um deles pode deixar uma pessoa inválida.
... Lá fora a chuva parou, mas eu vou ficar aqui sofrendo este frio de
arrependimento, pois não posso me levantar para aproveitar a melhora do tempo...”
AUTOR DESCONHECIDO
Espero que tenham gostado!!!
Bjs e bom dia a todos!!!!